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    Silicon Valley Bank decreta a maior falência de um banco nos EUA desde 2008

    Órgãos reguladores dos Estados Unidos fecharam o Silicon Valley Bank (SVB) e assumiram o controle dos depósitos de clientes na maior falência de um banco no país desde 2008, quando o Washington Mutual colapsou.

    O SVB, importante credor para a área de tecnologia e de inovação em saúde, teve dificuldade em obter dinheiro para cobrir a perda com a venda de ativos afetados pela alta na taxa de juros. Os problemas levaram a uma onda de saques por clientes.

    As autoridades disseram que agiram para “proteger os depositantes segurados”.

    Segundo reguladores bancários da Califórnia, onde a empresa tem sua sede, o Silicon Valley Bank enfrentou “liquidez inadequada e insolvência”.

    A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que normalmente protege depósitos de até US$ 250.000, disse que assumiu o controle de cerca de US$ 175 bilhões (cerca de RS 900 bilhões) em depósitos mantidos no banco, o 16º maior dos EUA. 

    Os escritórios e agências do banco devem ser reabertos “até segunda-feira de manhã”, quando clientes com depósitos segurados poderão ter acesso aos fundos. Ainda de acordo com a FDIC, o dinheiro obtido com a venda dos ativos do banco irá para depositantes não segurados.

    Com muitos dos clientes nessa posição, empresas com dinheiro preso no banco estão preocupadas com seu futuro.

    “Estou a caminho da agência para pegar meu dinheiro agora. Tentei transferi-lo ontem e não funcionou. Sabe aqueles momentos em que você pode estar realmente ferrado, mas não tem certeza? Este é um deles”, disse o fundador de uma startup à BBC.

    Outro fundador de uma startup na área de saúde contou: “Literalmente, três dias atrás, atingimos um milhão de dólares em nossa conta bancária… E então, isso acontece.”

    Ele conseguiu transferir o dinheiro para uma conta diferente 40 minutos antes do fechamento das operações. 

    “Mas conheço outras pessoas que fizeram a mesma coisa minutos depois de mim e não conseguiram concluir a transferência.”

    O SVB não respondeu ao pedido de posicionamento de reportagens.

    Situação pode se alastrar?

    O colapso ocorreu depois que o SVB anunciou que estava tentando levantar US$ 2,25 bilhões (R$ 11 bilhões) para cobrir uma perda causada pela venda de ativos, principalmente títulos do governo dos EUA, que foram afetados por taxas de juros mais altas.

    A notícia fez com que investidores e clientes fugissem do banco. As ações tiveram sua maior queda, de mais de 60%, em um dia na quinta-feira (09/03).

    Preocupações de que outros bancos possam enfrentar problemas semelhantes levaram à venda generalizada de ações de bancos em todo o mundo na quinta-feira e no início da sexta-feira.

    Bolsas ao redor do mundo registraram quedas no final de sexta: a Nasdaq de 1,7%, S&P 500 1,4% e Dow Jones 1%.

    Os principais índices europeus e asiáticos também fecharam em baixa, com a FTSE 100 caindo 1,6%.

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