O presidente eleito Lula (PT) mal assumiu e já está decepcionando os chamados “grupos minoritários” que foram a principal base de apoio da sua campanha, eles se queixam da falta de representatividade que estão tendo na participação do processo de transição do Governo. O colunista Tom Farias, da Folha de São Paulo, fez um desabafo em sua coluna no jornal:
“Ninguém melhor que o povo negro, indígena, LGBTQIA+ para sentir na carne o que foi se manter firme na defesa de Lula —nos quatro cantos do país, desde os seus piores momentos—, e da democracia, durante esses quatro anos. […]
Agora estamos na movimentação para a transição de governo e futura montagem do terceiro mandato de Lula no governo do Brasil. Mas como está se dando essa construção? Na ordem do dia, faz-se necessário tecer algumas reflexões importantes para que o povo preto possa entender o que está acontecendo. É preciso que o presidente eleito fale mais diretamente e esclareça que papel vai querer de pretos e pretas nesse processo eleitoral.
Essa sub-representação diz muito o que vemos agora na movimentação para a montagem da estrutura do governo de transição, o que deve refletir na composição do futuro governo. Ou seja, não há rosto negro na coluna de frente, com vez e voz para determinar o quadro geral de leitura do que queremos para os próximos quatro anos. […]
Não é possível pensar que, passados tantos anos, e diante do desprezo do governo que nos deixa —e já vai tarde—, com relação à política sobre questões raciais, nos deparamos com ausências de corpos negros na fotografia oficial dos próximos dirigentes da nação.” Completou em sua coluna.