A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (1º) uma operação contra supostos desvios de verbas federais na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). Entre os alvos está a prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende, irmã do ministro das Comunicações do Governo Lula, Juscelino Filho.
Os investigadores apuram fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na estatal. Ao todo, os policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), nas cidades maranhenses São Luís e Bacabal.
As buscas foram autorizadas pelo ministro do STF Roberto Barroso. O ministro de Lula Juscelino Filho também é investigado no caso. A PF pediu a Barroso que ele fosse incluído nas buscas desta sexta-feira, mas o ministro não autorizou.
A polícia deflagrou a operação depois de rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação de asfalto em municípios maranhenses. Trata-se da 3ª fase das investigações, iniciadas em 2021. Eis as datas:
- 1ª fase: 20 de julho de 2022 – Operação Odoacro;
- 2ª fase: 5 de outubro de 2022 – Operação Odoacro 2;
- 3ª fase: 1º de setembro de 2023 – Operação Benesse.
A PF afirma que, se confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder por fraude a licitação, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e corrupção passiva. A corporação não divulgou o nome de todos os alvos.
Com o orçamento de R$ 2,7 bilhões em 2022, a Codevasf é uma das empresas públicas mais cobiçadas por políticos, sobretudo pelo Centrão. Ela é vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional e desenvolve projetos sustentáveis de irrigação das bacias hidrográficas em que atua.
A estatal foi criada em 1974 para atuar no entorno do Rio São Francisco, mas, com o tempo, teve sua atuação e orçamento aumentados. Em maio de 2023, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estudava ampliar superintendências na empresa para distribuir cargos nos escalões inferiores do Executivo e, assim, fortalecer sua base no Congresso.
Fonte: Poder 360.