O governo federal pretende rever a lei que concedeu independência ao Banco Central em 2024, quando termina o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. A informação foi dada pelo presidente Lula em entrevista à CBN Brasil. “Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo, mas se não melhorar, nós temos que mudar”, afirmou Lula, que vem fazendo críticas constantes à política de juros do BC. O presidente disse que não cabe a ele “ficar brigando” com Campos Neto, mas argumentou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o melhor interlocutor nessa situação.
Um banco central é considerado independente quando tem o poder para definir, por conta própria, suas metas e objetivos. É o caso da definição da meta de inflação. Ele também tem liberdade operacional para definir como atuará para atingir as metas. As decisões não podem ser alteradas pelos governantes.
Não é coincidência o fato de o Banco Central não possuir independência justamente nas nações de democracia frágil e instabilidade política, como Venezuela e Argentina. Onde, aliás, o crescimento da economia tem sido menor e a inflação, mais alta. A inflação na Venezuela ultrapassou 300% em 2022, já a da Argentina ficou em mais de 98%, este é o modelo que o governo do Brasil parece querer copiar.
As críticas de Lula à política de juros do BC têm encontrando eco junto ao PIB. Na noite de quarta-feira, Haddad participou de um jantar organizado pelo Grupo Esfera com 50 líderes de grandes empresas. O prato principal era a reforma tributária, mas os convidados fartaram o apetite com reclamações da Selic em 13,75% ao ano. “A maior parte de nós paga juros e não recebe juros”, disse o comandante de um grande grupo ligado, entre outros setores, ao varejo, com essa nova política econômica autoritária empresas estão fechando e outras já anunciaram a sua saída do Brasil.
E há gente de peso defendendo a atuação de Campos Neto. Em entrevista a Míriam Leitão, o ex-presidente do BC Armínio Fraga disse que rever a metas de inflação equivaleria a “jogar a toalha” (se render). Ele se declarou perplexo com o tom beligerante de Lula.
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