Uma semana após a eleição, o MBL (Movimento Brasil Livre), que se orgulha de não ter apoiado nem Lula nem Bolsonaro, reuniu militantes em um congresso em São Paulo em torno de três convocações: assumir um projeto de poder, lançar um candidato próprio na eleição de 2026 e radicalizar nas redes sociais.
O deputado federal reeleito Kim Kataguiri (União Brasil-SP) afirmou que será seu último mandato como deputado se o MBL não tiver um candidato à Presidência da República em 2026.
“Saímos desse congresso com um novo Movimento Brasil Livre, que nunca mais vai deixar de disputar uma eleição majoritária. Sempre teremos candidatos, sejam prefeitos e vereadores em 2024 e governadores e um presidente em 2026”, afirmou a uma plateia majoritariamente jovem e masculina.
O nome do grupo para 2026 é o do apresentador Danilo Gentili, que compareceu em um painel chamado “Vale dos Cancelados”. As camisetas de Gentili 2026 foram o produto mais vendido do evento, que reúne cerca de 1.700 pessoas num espaço de trens centenários em São Paulo.



Além de Gentili, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB-RS) participa de um debate à tarde. Reeleito, Leite também não declarou voto no segundo turno, embora tenha dito que votaria a favor da democracia.
Renan Santos, um dos fundadores do movimento, disse que o MBL precisa assumir um projeto de poder para não fechar. O grupo passou por uma crise profunda com a cassação do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP), que teve um áudio sexista vazado durante uma viagem para a Ucrânia.
“Ou o MBL se torna um projeto de poder ou o MBL fecha”, afirmou. “Não vou mais aceitar que, enquanto a gente se sacrifica, é cobrado ‘ai, e o áudio do Arthur?’ Nós somos um time, caralho, o Arthur não roubou ninguém. O mandato dele foi impecável. E aí as pessoas vão lá e elegem Nikolas Ferreira e Carla Zambelli.”
Renan disse que é preciso reconhecer erros publicamente, como fizeram em relação ao áudio de Arthur, mas que a militância deve ser um escudo para os políticos do MBL.