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    Construtoras investigadas na Lava Jato pedem ao governo Lula US$ 100 mi para obras em Angola

    Tudo de novo! Em solo angolano, o presidente Lula prometeu retomar os financiamentos brasileiros no país africano. A paralisação de negócios se deu diante de escândalos de corrupção que foram desvendados pela operação Lava Jato e que levou a prisão do petista.

    18 empresas, incluindo algumas das principais construtoras do País investigadas na operação, aproveitaram a presença do presidente em Luanda para pedir a reabertura dos financiamentos na Anagola, conforme registro do jornal O Estado de São Paulo, que estima que o valor de retomada de crédito pode chegar a U$ 100 milhões.

    De acordo com o veículo, um grupo de executivos que incluía os CEOs da Novonor, antiga Odebrecht, Hector Nunez, da Andrade Gutierrez, Carlos Souza, e da Queiroz Galvão, Gustavo Guerra, conseguiu uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no hotel Intercontinental, o mais moderno e luxuoso de Luanda, capital do país.

    “Temos orgulho de ter contribuído, no passado, com o financiamento de projetos de rodovias, saneamento, abastecimento de água e geração e distribuição de energia elétrica”, disse Lula na Assembleia Nacional.

    Apesar do líder petista ter cravado que o país voltará a atuar com  o país africano, o passado recente contrasta com o dado o histórico da Lava Jato. Em acordo de leniência nos Estados Unidos, a Odebrecht admitiu que pagou propinas estimadas em U$ 788 milhões a políticos e servidores em 12 países, inclusive Brasil e Angola.

    Lula, inclusive, tornou-se réu numa ação penal, acusado de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência internacional, em decorrência de delações dos executivos da construtora. O caso ganhou grande repercussão e ficou conhecido como “esquema Angola”, apurado na Operação Janus.

    À época, havia suspeita sobre a atuação dele entre 2008 e 2015, quando ainda exercia seu cargo de presidente, mas também quando esteve fora do Planalto. Os ex-executivos da Odebrecht chegaram a relatar conversas com pedido de ajuda a Lula. Havia suspeita de repasses de R$ 30 milhões à empresa de um sobrinho do petista e pagamentos por palestras do petista, como contrapartida, incluindo também despesas de familiares.

    Agora, diante de uma reaproximação com Angola, o clima é de articulações dentro do próprio governo brasileiro, ciente de que o assunto ainda é delicado na esfera política.

    Já dando sinais de eventuais travas, Haddad orientou que empresários pronunciem seus interesses e necessidades de financiar o país africano. A ideia seria uma ação por meio de uma carta à sociedade, ao Executivo e ao Congresso.

    “Eles precisam explicar ao País o que está afetando a vida das empresas, para que o debate seja aberto, feito à luz do dia, com tranquilidade”, afirmou o ministro da Fazenda.

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