Maduro pode ser preso em Buenos Aires
O ditador e presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recuou e cancelou o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou o governo. A reunião estava prevista para ocorrer às 16h desta segunda-feira (23), em Buenos Aires, na Argentina. Mais cedo, a agenda oficial da Presidência da República do Brasil havia confirmado o encontro.
Maduro vem evitando viajar ao exterior e, quando o faz, escolhe países considerados aliados. Nesta incursão a Buenos Aires, ele aproveita-se das divisões entre seus opositores e da reaproximação com uma parte dos governantes da região, entre eles o Brasil. Mas encontra resistências, a contar pelos cartazes de manifestantes, que o comparam ao ex-ditador Jorge Rafael Videla.
A ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, presidente do Partido Proposta Republicana, notificou a DEA – a agência antidrogas americana – pedindo a detenção de Maduro, baseada no mandado de captura expedido pelos EUA por associação a um cartel de drogas.
Embora o governo Biden venha quebrando o gelo com a Venezuela, as sanções econômicas contra o país ainda estão em vigor, assim como o cartaz de “Procurado”, com uma recompensa de US$ 1,5 milhão para quem tiver informações sobre ele. Ainda assim, diante da crise energética causada pela guerra na Ucrânia, não interessa ao governo americano entrar em confronto com o regime venezuelano e, atualmente, faz valer o pragmatismo.
Patricia Bullrich e outros opositores argentinos lideraram um protesto no domingo contra a viagem de Maduro, que é assegurada por Alberto Fernández.
Em outra frente, o advogado Tomás Farini Duggan, que representa duas venezuelanas vítimas de crimes contra a Humanidade, solicitou à Justiça argentina que convoque Maduro para ser interrogado por violações de direitos humanos.
Neste contexto se inserem também os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Nicarágua, Daniel Ortega, outros convidados da reunião de cúpula repudiados por opositores do governo.
Em ano eleitoral para os argentinos, a oposição tenta capitalizar na visita dos ditadores latino-americanos ao país. O ex-presidente Mauricio Macri criticou como vergonhoso o acolhimento do governo. O prefeito de Buenos Aires, Horácio Rodríguez Larreta, corroborou:
“Não podemos naturalizar ou permitir que o presidente abrace ditadores. Sua presença em solo argentino é uma provocação injusta e dolorosa para venezuelanos, cubanos e nicaraguenses”, atestou Larreta.
Na prática, a ação de opositores de Fernández e exilados venezuelanos terá poucas consequências concretas além de barulho e um possível desconforto para Maduro. A Argentina é signatária de tratados internacionais, como a Convenção de Viena, que lhe dá imunidade como chefe de Estado no país.
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