Alicia Muller, estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP), é suspeita de desviar R$ 927 mil do fundo de formatura da turma segundo a Polícia Civil. A aluna era a presidente da comissão. Ela afirmou a colegas ter investido dinheiro na Sentinel Bank, uma pirâmide financeira alvo de mandados de busca e apreensão pela PF em julho de 2022.
“Eu não tinha experiência em investir, então eu fiz o que parecia o óbvio e seguro na época, que era procurar uma investidora. Nosso dinheiro foi todo repassado pra Sentinel Bank, uma ‘investidora‘ que no final das contas não se passava de um grande golpe e nunca mais retornou nem com o dinheiro investido, nem com os rendimentos”, afirmou Alicia em uma mensagem enviada no grupo da comissão de formatura da turma.
Segundo as investigações, o grupo prometia investimentos com lucro acima do mercado. Apesar disso, os valores entregues pelas vítimas não eram totalmente aplicados e resultavam em prejuízos.
A PF contabilizou milhares de vítimas nos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Os investimentos mínimos feitos eram de R$ 1 mil. Entretanto, há vítimas que investiram mais de R$ 1 milhão.
A polícia informou que o grupo usava 22 empresas que não eram autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os valores eram depositados e, depois, transferidos parcialmente para contas de membros do grupo.
Além disso, o esquema contava com contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, que não tinham registro na CVM e sem garantias, conforme a PF.
Com o passar do tempo, os suspeitos não conseguiram mais honrar com os lucros prometidos. A investigação aponta que o responsável pelo grupo chegou a afirmar às vítimas que iria migrar os investimentos na bolsa por um banco digital para fazer os pagamentos.
As investigações começaram em 2021, quando a polícia identificou filiais das supostas empresas que faziam os investimentos na bolsa em cidades da região da fronteira, como Umuarama, Douradina e Guaíra.
Os líderes do grupo ostentavam veículos de luxo, incompatíveis com a renda declarada, segundo a PF.