A Binance é uma plataforma de câmbio de criptomoedas que permite a troca de criptomoedas e tokens digitais. A plataforma foi lançada em 2017 e oferece mais de 200 moedas e tokens diferentes, incluindo Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Ripple, EOS e muito mais. A Binance também oferece uma gama de serviços financeiros, entre os quais se incluem negociação de margem, financiamento, negociação de derivativos e muito mais.
Atualmente sob desconfiança do mercado de criptoativos, que resultou em um movimento de cerca de US$ 2 bilhões em saques da plataforma, a corretora pausou seus saques em USDC, e logo depois retomou na terça-feira (13).
Em posicionamento oficial a Binance comunicou:
“Pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Os ativos do usuário na Binance são todos lastreados 1:1 e a estrutura de capital da Binance não tem dívidas. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras.”
Contudo, entre os clientes, houveram alguns receios, ainda mais depois da crise na FTX que antes era a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo.
Para o analista chefe da Nord Research, Luiz Pedro Andrade, é muito pouco provável, “para não dizer impossível”, que a maior corretora do mundo possa quebrar. O analista compara o volume sacado com o movimento de saída da falida FTX.
“Os saques que houveram na Binance foram menos que a metade do volume sacado da FTX, e estamos falando de uma corretora com muito mais liquidez, e uma reserva – ainda que em Bitcoin (BTC), é muito superior aos valores sacados até então”, explica.
E se Binance quebrar
Em uma hipótese onde a maior corretora de criptomoedas venha à falência, Andrade comenta que poderia ser um cenário desastroso, muito maior que FTX.
“Verificamos preços não vistos desde 2017, 2018 nas telas. Teríamos uma crise de liquidez muito pior do que visto esse ano. A Binance detém praticamente 90% do volume negociado em cripto globalmente. Então seria um marco muito muito caótico, o pior cenário possível para o mercado de cripto”, diz.
O analista diz que o que acalmaria os ânimos do mercado neste momento é entender sobre auto custódia, não usar como carteira mas sim apenas como ponto de compra.
“Aquela analogia que sempre falo. Você não compra uma geladeira na fast shop e deixa lá, você leva para sua casa. É preciso fazer a mesma coisa com criptomoedas, comprar na corretora e sacar para sua carteira”, diz.
Outro ponto que acalmaria os investidores seria o aumento de transparência por parte de Binance, segundo Andrade.
“Ainda assim não vejo o risco da Binance como algo tão latente. O risco da Binance já existe há algum tempo. Ela é um ponto sensível em cripto por ter uma concentração de volume e usuários muito grande na corretora. O mercado não morreria, mas passaria por uma crise pior do que vimos agora em novembro.